Infertilidade

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Aspectos Gerais

De acordo com a “American Society for Reproductive Medicine” (ASRM – Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva), a infertilidade é considerada uma doença do sistema reprodutor, cujas funções não se encontram em estado normal, que é constatada após um período de doze meses de tentativa de concepção sem sucesso, em que o casal manteve relações sexuais sem a utilização de métodos contraceptivos. Quanto mais tempo um casal permanecer infértil, menor a chance de conceber naturalmente. Portanto, recomendamos que a avaliação devesse iniciar tão logo o paciente se apresentar com a queixa principal de infertilidade.

Infertilidade é um tema que vem despertando interesse crescente na mídia e nos debates sobre saúde pública, uma vez que afeta um grande número de casais. Segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, a infertilidade pode ser considerada uma doença, desde que representa uma função anormal do sistema reprodutivo, e existe quando um casal não consegue obter uma gestação após 12 meses de relações freqüentes sem a utilização de contraceptivos. Sendo doença, a infertilidade merece toda a atenção e consideração do médico que a trata. Quase 5 milhões de casais Americanos cuja mulher tem entre 15 e 44 anos relatam dificuldades em obter uma gestação com nascimento vivo, e 1,3 milhões recebem aconselhamento ou tratamento para infertilidade a cada ano. Grandes populações como esta, que ainda apresenta intensos problemas emocionais, tendem a exercer pressões consideráveis com vistas a novos desenvolvimentos tecnológicos, tanto no campo de avaliação como no de tratamento.

Novos testes diagnósticos, aliados a descobertas recentes em biologia celular e genética, têm proporcionado ao médico técnicas adicionais para a avaliação do casal, e, particularmente, do homem infértil. A generalização das técnicas de reprodução assistida (TRAs), como a fertilização in vitro (FIV) e a injeção intra-citoplasmática de sêmen (ICSI) tornaram possível a gestação em casais que anteriormente eram considerados casos perdidos. Novas considerações éticas também surgiram, e estas devem ser discutidas com o casal para evitar incompreensões. Dos casais incapazes de conceber após um ano, 30% dos casos se devem a problemas isolados do fator masculino, enquanto que em mais 20% dos casos adicionais estão presentes fatores masculinos e femininos. Sendo comum, a avaliação completa do fator masculino deve ser feita precocemente quando se investiga um casal infértil. Devemos salientar que o casal deve ser considerado integralmente até que um fator significativo seja descoberto, e deve ter a liberdade de questionar as indicações e resultados dos vários procedimentos diagnósticos. As decisões quanto ao manejo da infertilidade dependem do desejo dos pacientes, por várias razões. Os métodos diagnósticos são incapazes de avaliar todos os defeitos potenciais de fertilidade. Além disso, o valor preditivo de alguns testes ainda não é conhecido e as terapêuticas podem ser empíricas, uma vez que em alguns casos não se conhece o mecanismo específico da infertilidade. O custo de alguns tratamentos é elevado, e os efeitos adversos podem ser consideráveis. Por todas estas razões, o médico que aconselha o casal infértil deve ser sensível às suas necessidades e proceder com a avaliação do casal infértil de maneira lógica e custo-efetiva. A história clínica, o exame físico e os testes laboratoriais iniciais devem ser capazes de determinar se de fato existe uma contribuição do fator masculino.