Infertilidade

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AvaliaÇÃO Hormonal

A investigação da fertilidade masculina deve incluir uma avaliação endócrina caso a análise do sêmen seja comprovadamente anormal, caso haja anormalidades da função sexual ou a exista a suspeita clínica de endocrinopatias. A incidência de endocrinopatias no homem infértil é inferior a 3%, e é rara quando a densidade espermática é superior a 5 x 106 por ml.

Pacientes com anormalidades congênitas, maturação sexual ausente ou retardada, problemas eréteis na idade reprodutiva, perda de libido, obesidade, ou deonças hepáticas ou renais são candidatos à avaliação hormonal. As dosagens dos níveis séricos de hormônio folículo-estimulante (FSH), de hormônio luteinizante (LH) e de testosterona fornecem informações importantes quanto à natureza do problema, indicando o tratamento apropriado.

Níveis elevados de gonadotrofinas aliados a níveis baixos de testosterona indicam origem testicular do hipogonadismo (hipogonadismo hipergonadotrófico), enquanto que níveis baixos de gonadotrofinas são indicativos de insuficiência testicular secundária (hipogonadismo hipogonadotrófico). A importância de um fator não esteróide das células de Sertoli, a inibina, se faz principalmente sobre a regulação do “feedback” do FSH. A produção insuficiente de inibina se acompanha de níveis elevados de FSH e de uma diminuição na sêmentogênese.

As concentrações séricas de FSH refletem, de certa forma, o estado da sêmentogênese. Níveis elevados de FSH, na presença de testículos pequenos e firmes e azoospermia, são indicativos de falência testicular ou sêmentogênica; níveis baixos de FSH podem apontar para deficiências hipotalâmicas ou hipofisárias. A azoospermia associada a volume testicular normal e a níveis normais de FSH pode ser indicativa de processos obstrutivos ou de parada de maturação. Tais achados justificam a realização de uma biópsia testicular.

Uma avaliação endócrina custo-eficaz deve começar com a dosagem sérica de FSH e testosterona. Caso se detectem anormalidades, dosa-se o hormônio luteinizante (LH). A avaliação da prolactina plasmática não é indicada rotineiramente, uma vez que anormalidades primárias associadas a este hormônio são encontradas em menos de 1% dos homens inférteis, sendo que a hiperprolactinemia clinicamente significativa virá acompanhada de níveis baixos de testosterona. Em pacientes com níveis baixos de testosterona, diminuição da libido e oligospermia, está justificada a avaliação dos níveis de prolactina. Níveis de estradiol são solicitados em homens com ginecomastia, resistência androgênica ou obesidade excessiva.

A função adrenal deve ser avaliada em pacientes com perda rápida das características sexuais secundárias. A história de puberdade precoce pode ser indicativa de hiperplasia adrenal congênita.

A disfunção tireoidiana é uma causa tão rara de infertilidade masculina que sua avaliação rotineira não está justificada.