Infertilidade

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ReversÃo da Vasectomia

A primeira reversão de uma vasectomia foi relatada em 1915. Na década de 1970, os primeiros relatos de uma “nova técnica microscópica” foram publicados, e atualmente modificações destes procedimentos se tornaram comuns entre os urologistas.

Os resultados quanto à permeabilidade e taxas de gestação das anastomoses microcirúrgicas mais elaboradas são substancialmente melhores do que os reparos não-microcirúrgicos do passado. Dados importantes sobre os resultados da reversão de vasectomias provêm do “The vasovasostomy study group” , de 1991. Estes autores analisaram vários parâmetros que hoje representam o padrão-ouro contra o qual todos os outros estudos são comparados. A presença de sêmen ou fluido claro na extremidade proximal é uma pré-condição para que se realize a vasovasostomia. Caso não se detecte espermatozóides na porção proximal do deferente, a causa mais provavel é a ruptura dos túbulos epididimários induzida pela pressão retrógrada, com extravasamento epididimário e formação de granuloma. Nesta situação, a epididimo-vasostomia deve ser feita para ultrapassar o ponto de obstrução. O mesmo estudo mostrou que, em pacientes que foram submetidos à vaso-vasostomia microcirúrgica bilateral quando não se encontrava sêmen no deferente proximal em vez de serem submetidos ao procedimento mais correto, como descrito acima, os níveis de permeabilidade mesmo assim foram de 60%, com taxas de gestação de 31%. Um ponto importante a ser ressaltado é o de que quanto mais espesso o fluido no deferente, é mais improvável que se encontre sêmen, e mais provável que o cirurgião tenha de realizar uma epidídimo-vasostomia.

Não há diferenças estatísticas nas taxas de permeabilidade ou gestação ao se realizar uma vaso-vasostomia modificada em uma camada ou uma anastomose microcirúrgica em dois planos. Os fatores mais importantes são a experiência, habilidade técnica e preferência do cirurgião. Nós preferimos a sutura em duas camadas. Os princípios que regem este procedimento e que têm relação direta com as taxas de sucesso são: a aproximação acurada das margens mucosas da luz do deferente, a manipulação cuidadosa e a preservação da adventícia que circunda o ducto, a garantia de aporte sangüíneo até as margens da anastomose e a ausência de tensão na sutura.

O fator isolado mais importante como prognóstico pré-operatório a ser considerado é o tempo de obstrução desde a vasectomia. Os resultados deste estudo mostram claramente que intervalos de mais de 15 anos com obstrução têm uma probabilidade menor de atingir fertilidade do que intervalos de menos de 3 anos.